Academia.eduAcademia.edu

Outline

Segurança e humanitarismo

Carta Internacional

https://doi.org/10.21530/CI.V17N2.2022.1207

Abstract

O artigo analisa o envolvimento de organizações não governamentais de direitos humanos em resposta a episódios de revolta na contemporaneidade. Acontecimentos que explicitam a guerra que ocorre no exercício regular da política e que redimensionam as dinâmicas do dispositivo humanitário. Por meio de análise genealógica, o artigo busca mapear de que maneira ações de ONGs que se dedicam aos direitos humanos também compõem controles destinados à contenção securitária de revoltas que se caracterizam por contraposicionamentos à racionalidade neoliberal. A pesquisa se orienta pela hipótese de que tal engajamento articula dispositivos de controle de resistências a partir do fomento da resiliência.

References (48)

  1. Agamben, Giorgio. 2009. O que é o contemporâneo e outros ensaios. Chapecó-SC: Argos. Amnesty International Annual Report June 1963 -May 1964, "Introduction by Dr. Albert Schweitzer",. Disponível em: <https://www.amnesty.org/ en/documents/ pol10/001/1964/en/>. Acesso em: 09 jul. 2021.
  2. Amnesty International Annual Report 2009. "The state of the world's human rights". Disponível em: <https://www.amnesty.org/en/documents/pol10/001/2009/en/>. Acesso em: 09 jul. 2021.
  3. Amnesty International. 2014. "A law unto themselves: a culture of abuse and impunity in the Greek police". Disponível em: <https://www.amnesty.org/download/ Documents/8000/ eur250052014en.pdf>. Acesso em: 12 mai. 2020.
  4. Anistia Internacional. 2014. "Brasil, chega de bola fora": Introdução. Disponível em: <https://issuu.com/anistiabrasil/docs/balanc__o_parcial_-_copa_-_final>. Acesso em: 12 jun. 2020.
  5. Anistia Internacional. 2020a. "A fabricação do medo: leis antiterror e a ameaça à democracia", posicionamento do Diretor Executivo da Anistia Internacional no Brasil sobre a adoção de legislações antiterrorismo. Disponível em: <https://anistia.org. br/fabricacao-medo-leis-antiterror-e-ameaca-democracia/>. Acesso em: 7 fev. 2020.
  6. Anistia Internacional. 2020b. "A fabricação do medo: leis antiterror e a ameaça à democracia". Posicionamento do Diretor Executivo da Anistia Internacional no Brasil sobre a adoção de legislações antiterrorismo. Disponível em: <https://anistia.org. br/fabricacao-medo-leis-antiterror-e-ameaca-democracia/>. Acesso em: 7 fev. 2020.
  7. Arantes, Paulo. 2014. O novo tempo do mundo. São Paulo: Boitempo.
  8. Ashley, Richard K. 1984. "The Poverty of Neorealism". In: International Organization, vol. 38, n. 2, pp. 225-286.
  9. Augusto, Acácio; Wilke, Helena. 2019. "Racionalidade neoliberal e segurança: embates entre democracia securitária e anarquia". In RAGO, Margareth; PELEGRINI, Maurício. Neoliberalismo, feminismos e contracondutas. São Paulo: Intermeios.
  10. Bonditti, Philippe; Bigo, Didier and Gros, Frédéric (Orgs). 2017. Foucault and the Modern International: Silences and Legacies for the Study of World Politics. New York: Palgrave Macmillan.
  11. Bourbeau, Philippe. 2013. Resiliencism: premises and promises in securitisation research. Resilience: International Policies, Practices and Discourses, n. 1(1), p. 3-17.
  12. Bray, Mark (2019). Antifa: o manual antifascista. São Paulo: Autonomia Literária. British Red Cross 2020. International Committee of Red Cross. "Black Lives Matter: resources for young people". Disponível em: <https://www.redcross.org.uk/get- involved/teaching-resources/black-lives-matter-resources-for-young-people>. Acesso em: 03 mai. 2021.
  13. Buzan, Barry; HANSEN, Lene. 2012. A evolução dos estudos de segurança internacional. São Paulo: Ed. Unesp.
  14. Camus, Albert. 2007. L'homme revolte. Paris: Gallimard. ". In: Rede Brasil Atual (17/10/13). Disponível em: <https://www.redebrasilatual.com. br/cidadania/2013/10/ coronel-afirma-que-pm-precisa-readaptar-sua-acao-para- manifestacoes-2918/>. Acesso em: 14 jun. 2020.
  15. Cock, Emil. 2005. Le dispositif humanitaire: géopolitique de la générosité. Paris: L'harmattan.
  16. Croix-Rouge Française 2016. Comité International de la Croix-Rouge. "Un Passage pour sortir de l'impasse" (Publié le 03/05/2016). Disponível em: <https://www.croix-rouge. fr/Actualite/Un-Passage-pour-sortir-de-l-impasse-789>. Acesso em: 11 mai. 2020.
  17. Dalakoglou, Dimitris; Giovanopoulos, Christos. 2011. "From ruptures to eruption: a genealogy of the December 2008 revolt in Greece". In: Vradis, Antonis; Dalakoglou, Dimitris (Orgs). Revolt and crisis in Greece: between a present yet to pass and a future still to come. Londres: AK Press.
  18. Douzinas, Costas. 2009. O fim dos direitos humanos. São Leopoldo/RS: Ed. Unisinos.
  19. Duarte, João Paulo Gusmão Pinheiro. 2019. Governar a humanidade na guerra e na paz: uma genealogia das organizações não governamentais de direitos humanos na segurança internacional. (Tese: Doutorado em Relações Internacionais). PEPG em C. Sociais, PUC-SP.
  20. Duffield, Mark. 2001. Global governance and the new wars: the merging of development and security. Londres/New York: Zed Books.
  21. Foucault, Michel. 1979. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal. Foucault2005. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. Foucault2008. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes.
  22. Foucault2009. "O sujeito e o poder". In: DREYFUS, H. L.; RABINOW, P. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p. 231-249.
  23. Foucault2010. Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes. 23-24
  24. Gomes, Maíra Siman. 2014. A "pacificação" como prática de "política externa" de (re) produção do self estatal: rescrevendo o engajamento do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). Tese (Doutorado em Relações Internacionais), PUC-RJ.
  25. Graeber, David. 2011. "The greek debt crisis in almost unimaginably long-term historical perspective". In: Vradis, Antonis; Dalakoglou, Dimitris (Orgs). Revolt and crisis in Greece: between a present yet to pass and a future still to come. Londres: AK Press.
  26. Gros, Frédéric. 2009. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Aparecida: Idéias e letras.
  27. Guilhot, Nicolas. 2003. "Os profissionais da democracia em ação". In: Lins, Daniel; Wacquant, Loic (Orgs). Repensar os Estados Unidos: por uma sociologia do superpoder. Campinas: Papirus.
  28. Hoffmann, Florian. 2010. "Mudança de paradigma? Sobre direitos humanos e segurança humana no mundo pós-11 de setembro. In: Herz, Mônica; Amaral, Arthur Bernardes (Orgs). Terrorismo e Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Loyola.
  29. International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies 2013. "Think differently: humanitarian impacts of the economic crisis in Europe". Disponível em: <https:// media.ifrc.org/ifrc/wp-content/uploads/sites/5/2017/02/Report-02_Think-Differently- Report-2013_EN.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2021.
  30. ICRC Annual Report 2013. International Committee of Red Cross. Disponível em: <https://www.icrc.org/en/doc/assets/files/annual-report/icrc-annual-report-2013.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2021.
  31. ICRC Annual Report 2014. International Committee of Red Cross. Disponível em: <https://app.icrc.org/files/2014-annual-report/files/2014_annual_report.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2021.
  32. ICRC Rio Project 2014. International Committee of Red Cross. Rio Project: Programmes helped reduce humanitarian impact of violence in Rio de Janeiro". Disponível em: <https://www.icrc.org/ en/document/rio-project-programs-helped-reduce- humanitarian-impact-violence-rio-de-janeiro>. Acesso em: 19 jun. 2020. International Monetary Fund 2021. "IMF working paper: Social Repercussions of Pandemics". Disponível em: <https://www.imf.org/en/Publications/WP/ Issues/2021/01/29/Social-Repercussions-of-Pandemics-50041>. Acesso em: 04 mai. 2021.
  33. Konder, Rodolfo. 1988. Anistia Internacional: uma porta para o futuro. Campinas: Ed. Unicamp.
  34. Mbembe, Achille. 2018. Necropolítica. São Paulo: N-1.
  35. Mitchell, Audra. 2014. Only human? A worldly approach to security. Security Dialogue, vol. 45(1), p. 5-21.
  36. Moyn, Samuel. 2012. The last utopia: human rights in history. Boston: Harvard University Press.
  37. Moyn 2018. Not enough: human rights in an unequal world. Boston: Harvard University Press.
  38. Mutua, Makau. 2001. "Savages, victims and saviors: the metaphor of human rights". Harvard International Law Journal, n. 42, p. 201-245.
  39. Neocleous, Mark; Rigakos, George. 2010. Anti-security: a declaration. Disponível em: <http://www.academia.edu/2292255/Anti-security_A_Declaration>. Acesso em: 07 fev. 2019.
  40. Paris, Roland. 2001. "Human Security -Paradigm Shift or Hot Air?" In: International Security. 26, nº 2: 87-102.
  41. Passetti, Edson. 2016. "Política e antipolítica: resplendor de cores e negror". In: Verve: revista autogestionária do Nu-Sol. PUC-SP. São Paulo: Vol. 30, p. 84-103.
  42. Passetti, Edson; Augusto, Acácio; Carneiro, Beatriz; Oliveira, Salete; Rodrigues, Thiago. 2019. Ecopolítica. São Paulo: Hedra.
  43. Richmond, Oliver. 2010. A genealogy of peace and conflict theory. In: Richmond, Oliver (ed.). Palgrave Advances in Peacebuilding: Critical Developments and Approaches. Nova York: Palgrave.
  44. Rodrigues, Thiago. 2012. "Segurança planetária, entre o climático e o humano". In: Ecopolítica. São Paulo. PUC-SP: Nº3, p. 5-41.
  45. Rodrigues, Thiago; Augusto, Acácio. 2014. "Política, participação e resistências na sociedade de controle: entre indignados e a antipolítica". In: Pensamiento proprio. CRIES. Vol. 40, Ano 19, p. 227-250.
  46. Rodrigues, Thiago; Maciel, Tadeu; Duarte, João Paulo. 2020. "Peace Forged by Warfare: The Universal Declaration of Human Rights 70 Years After". In: Contexto Internacional, v. 42, p. 217-236, 2020.
  47. Sending, Ole Jacob; Neumann, Iver. 2006. "Governance to governamentality: analyzing NGOs, states and power". In: International Studies Quartely. Vol. 50, p. 651-672.
  48. Walker, Robert B. J. 2012. After the Globe, Before the World. London: Routledge.